Você já se perguntou se tem talento, perfil e qualidades de um escritor? E se tem capacidade genuína de escrever uma obra de ficção capaz de encantar os leitores? Se estas dúvidas passam pela sua cabeça, este texto pode te ajudar!
Se você se rende ao desejo de escrever e entra nesta jornada de querer criar uma história e publicar um livro, eu nem preciso ler a sua mente para saber que: a) já se sentiu inseguro; b) já questionou se tem mesmo capacidade para realizar este objetivo e c) já se perguntou se a escrita é para você. É provável que você já tenha se sentido menos competente, com medo de ser lido e julgado e já tenha pensado em desistir, apesar de querer muito seguir em frente.
Isso tudo é normal e só mostra o quão humano você é. Estamos sempre buscando aprovação dos outros, já que o sucesso é sinônimo de ser lido, elogiado e recomendado por muitas pessoas. Mas lá no começo, quando estamos dando os nossos primeiros passos na carreira de escritor, essa necessidade de aprovação é capaz de causar danos.
Simplesmente por que ainda não temos conhecimento e prática o suficiente para fazer um trabalho com a excelência que gostaríamos. Então é comum você imaginar uma história incrível e perceber que, no papel, não ficou tão legal. É ainda mais comum você escrever com a potência de um tsunami que devora uma cidade, de forma frenética em um fluxo de ideias que te faz pensar que é um verdadeiro gênio.
Mas depois, ao passar o livro para amigos, conhecidos e leitores betas aleatórios que você encontrou na internet, se frustra ao descobrir que quase ninguém leu, poucos se interessaram, quem começou não terminou o livro. Aí você se pergunta: “qual é o problema com a minha obra fantástica? Será que não está tão boa quanto eu achei que estava?”
Esse é só mais um entre tantos casos de frustração que vemos por aí. E no fim das contas, os escritores vitoriosos são aqueles com resiliência o suficiente para superar o turbilhão da fase inicial e embarcar para a próxima etapa depois de muito cair e levantar: o aprendizado. E é nesse momento que nós diferenciamos os escritores “nutella” dos raízes. Os que estão brincando de criar contos de fada sem coerência daqueles que nasceram para expressar suas almas através da escrita.
Mas em qual grupo será que eu me encaixo, Ana? Pois bem, o escritor que tem potencial para se tornar um profissional no que faz apresenta algumas características que podem ser naturais para você (ótimo se for) ou não. E caso não seja, não pense que você deve desistir por não ter tais características, apenas reflita sobre esses valores, pois você irá precisar internaliza-los para dar o próximo passo rumo ao objetivo de se tornar um escritor profissional.
1. Tem vontade de aprender
O estudo separa os imaturos dos maduros. Os meninos e meninas que brincam de escrever dos homens e mulheres que querem conquistar leitores e fabricar obras literárias de qualidade. O menino que pensa que tudo sabe, na verdade não sabe nada e não cresce. O homem que pensa que precisa aprender, talvez já saiba bastante, mas nunca deixa de estudar.
É este homem ou esta mulher que você deve se tornar para ter algum sucesso na escrita. Escrever é uma arte que se aprende, assim como tocar piano ou pintar um quadro. Você pode ter alguma habilidade natural e até absorver um pouco do conhecimento técnico de forma intuitiva, mas só o estudo do ofício te dará o direcionamento necessário para desenvolver uma história que seja atrativa e envolvente e que expresse o melhor que há no âmago da sua força criativa.
2. Não desiste apesar das dificuldades
Quando você coloca os pés na jornada de escritor, não espere escrever uma obra brilhante de primeira, ser considerado um gênio da literatura, virar best seller e enriquecer depois de jogar o seu livro no acervo da Amazon. Há muitos que começam achando que vão mandar bem logo de cara e essa sensação só aumenta o sentimento de frustração que você terá logo depois de começar.
Já esteja preparado para os obstáculos desde agora. É possível que você escreva muito e cometa muitos erros por não ter conhecimento técnico para desenvolver um livro de qualidade. Você vai se frustrar quando descobrir que é caríssimo publicar por conta e que provavelmente as editoras vão ignorar o seu original não solicitado caso envie por e-mail.
E você também vai se frustrar se publicar na Amazon gastando pouco ou nada e ver que ninguém compra o livro, poucos iniciam a leitura, ainda menos gente termina de ler. É ainda mais frustrante começar nas redes sociais com poucos seguidores e sem saber como conquistar um público. Mas isso tudo são fases que serão superadas com a fome de aprender e melhorar. Quem desiste nestas dificuldades nunca vai alcançar nenhum objetivo com a escrita.
3. Se dedica mesmo com pouco tempo
A boa escrita é resultado de muita leitura, estudo e prática. Se você quer escrever um livro, mas esta vontade é como um amor de verão, morre na chegada da primavera, eu sugiro que busque autoconhecimento para entender o que a escrita significa para você. Se é algo para investir ou não, se tem alguma importância na sua vida ou não.
Quem tem potencial para se desenvolver como um escritor não tira a ideia de escrever da cabeça. Talvez você não consiga escrever todos os dias e talvez passe meses longe do teclado (ou do papel). Mesmo assim, sempre tem uma história se formando na sua mente, o sentimento de que quer arrumar tempo para se dedicar e vontade de melhorar suas habilidades.
O escritor que tem potencial para uma carreira não vive um amor de verão com a escrita, vive um romance de almas gêmeas. Tem vezes que quase vira divórcio? Sim, é claro. Mas você sempre volta para os braços da caneta, do papel, do teclado. É o sujeito que começa a se perder dentro de si mesmo quando passa muito tempo sem escrever.
4. Tem coração de escritor
O coração de escritor não se define apenas pela vontade de escrever, mas pelo desejo de criar mundos literários, personagens, colocar emoções em representações que você construiu na sua cabeça. Se você gosta de escrever, mas odeia criar histórias, talvez o jornalismo que trabalha com histórias reais seja mais a sua cara do que a literatura.
Se você gosta de criar histórias, mas odeia escrever, talvez este não seja o tipo de arte mais adequada para você. Quem tem potencial para se desenvolver como um escritor gosta do processo criativo, da construção de mundo e é claro, de transformar tudo isso em palavras capazes de fazer o leitor devorar a sua história.
5. Quer crescer e se desenvolver
Acredite, você não terá futuro na escrita se não tiver fome de crescimento e evolução. Se tem uma lição que eu aprendi e levo para a vida é que tudo aquilo que a gente dedica tempo, energia e atenção cresce e nós melhoramos na medida em que praticamos com constância e aprendemos mais.
Se você não tem essa característica ainda, cultive a partir de agora. Busque mais conhecimento sobre escrita criativa (eu prefiro chamar de criação literária), analise as obras que você lê, leia mais, leia gêneros diferentes e encontre tempo para praticar com a criação de histórias curtas. No meu Instagram (@anapstokes) você encontra muitas dicas gratuitas e no Telegram (t.me/anastokes) eu compartilho minhas sacadas e insights que podem ser úteis ao seu processo. Boa sorte!